terça-feira, julho 22

Google hits





quinta-feira, fevereiro 7

Então e Judas...?

Judas. O traidor. Esse filho da puta. Judas é um gajo muita mau, que traiu a confiança das pessoas mais próximas, em particular duma certa pessoa cujo papá calhou ser bastante importante. Mal jogado, Juju. Por causa dessa brincadeira não só te fodeste cá porque ninguém curte chibos como te fodeste lá porque fizeste com que o filho do Papá fosse crucificado. Muita mal jogado mesmo.

E no entanto...


Jesus morreu na cruz para expiar os nossos pecados. Se Judas não o tivesse traído, era capaz de ter sido difícil encenar uma crucificação tão brutalmente trágica como aquela. Possivelmente nem haveria crucificação nenhuma - Jesus era um gajo bué pacífico e com a idade só ia amansar ainda mais, por isso era capaz de ter morrido de velhice. Morrer de velhice não deve expiar a ponta dum corno em matéria de pecados, muito menos os pecados da humanidade inteira. Pior ainda, ninguém quer saber da história dum gajo que morreu de velhice. Se não houver sangue nem tragédia é uma história que ninguém quer ouvir - essas coisas não vendem. Não só os pecados da humanidade ficavam por expiar, como também ninguém ia querer saber de qualquer forma, porque ninguém ia querer saber dessa nova religião com um messias que morreu pacificamente no seu sono aos 80 anos. Cristianismo? Que cena é essa?


A traição de Judas é o floco de neve que desencadeia a avalanche. "O seu próprio apóstolo traiu-o por uns trocos! E Deus permite! É concerteza um falso messias!". E lá vai Jesus para o talho - tchac! tchac! tchac! E cruz. E dores, e gritos e sofrimento, um filme inteiro com direito a 3 nomeações para Oscar. E no final o gajo cala-se porque finalmente morreu (e até morreu rápido comparado com o habitual para a cerimónia - franguinho!) e - *plim* - todos os nossos pecados são expiados. Vamos lá ver então:


Jesus - tem uma tarde do caralhão, morre e janta com o papá ao final do dia ao som dos anjinhos a tocar harpa. Fica três dias a descansar lá em cima, e depois dá um saltinho cá abaixo aqui e ali para dizer que está tudo bem e mostrar ao pessoal aqueles buracos muita radicais que tem nas mãos. Depois disso é férias ad-eternum, ou pelo menos durante 2000 anos, já que a segunda vinda ao que parece ainda está para vir. 30 anos de trabalho com 2000 de férias. Nada mau, também quero um papá importante que me arranje um emprego desses.


Judas - recebe 30 míseras moedas de prata, as quais consta que nem chega a gastar. Parece que se enforcou antes disso. Talvez sejam só rumores e ele até tenha gasto as 30 moedas. Segundo o Antigo Testamento era o preço de um escravo ferido por um touro. Não sei se já havia inflacção naquela altura ou não mas foda-se! Um escravo todo fodido?? Granda farra, hã? Passa o resto da eternidade no inferno que segundo ouvi dizer não é um sítio fixe. Calma! Ainda há um bónus: fica toda a gente a odiá-lo.


Este homem é verdadeiramente o Prometeu do cristianismo. É a iniciativa de Judas que traz aos homens a crucificação de Jesus e a subsequente salvação. E ainda um tremendo golpe de marketing para a religião com todo aquele drama! Eia bem!


Está bem que o outro gajo foi torturado e morreu na cruz. Mas porra, foi só uma tarde má! Judas provavelmente tem o resto da eternidade preenchida com tardes tão más ou piores - tal como Prometeu, com o abutre a comer-lhe o fígado, mas multiplicado por infinito. A diferença é que uma pessoa de bom senso reconhece o valor do fogo que Prometeu nos trouxe, e fica agradecido pelo sacrifício que ele fez por nós. Abutres a comer fígados são uma coisa aborrecida. Já Judas não - esse gajo é um cabrão da pior espécie, merece bem tudo o que lhe esteja a acontecer a dobrar e a triplicar! Jesus o Cordeiro de Deus o caralhinho! Judas é que é o verdadeiro cordeiro sacrificado, num furacão de fúria divina e mortal cheia de sangue, tripas, bílis e balidos de desespero!

domingo, agosto 26

Porn de pen

Tu até és gira. Não num sentido de te pôr numa prateleira, eu não te punha numa prateleira. Gira no sentido de fodível. De que apesar de não pareceres uma deusa, se o meu piço tivesse de escolher entre ti e vénus, vénus bem podia ir para o caralho. Vénus ficava muita bem para mostrar aos amigos, para levar a passear para aqueles sítios chiques fazer inveja a toda a gente e depois para casa foder como um troféu, ou mesmo até só para trazer lá por casa para descansar os olhos de vez em quando. Mais ou menos o que tu farias com um arranjo de flores, tirando a parte do foder.

A ti ficava muita bem era levar-te para um sítio sem gente nenhuma e foder-te.

Tu não tens vocação para jarro de flores. Não tens aquele aspecto que faz um gajo dizer “eia bem aquilodeveseragajamaisbouadouniverso!”. As tuas mamas não impressionam. A tua cara tem um ar assim de trazer por casa, um ar de avental borrado ou ceroulas gastas. Não és material de capa de revista. Ninguém faria inveja a ninguém contigo ao lado. Mas foder, isso aposto que fodias muita bem. Tens aquele aspecto de quem fode quase como respira, capaz de contagiar a pessoa ao lado com o mesmo. Não é um ar experiente, nem debochado. Não é a maneira de vestir, nem a maneira de falar, não são poses provocadoras nem conversas de engate. É tudo isto e ao mesmo tempo não é. Como se fosses capaz de parecer estranha e incompreensivelmente debochada mesmo que estivesses a parecer púdica, mesmo que *fosses* púdica e inexperiente –

Tu transpiras foda. Não é uma coisa que tu “faças”, como um penteado ou um piscar de olho. É uma coisa que dir-se-ia que nasceu contigo, que é tão parte de ti como o teu cheiro. Exsudas foda por todos os poros da tua pele, e estar ao pé de ti é como ter um milhão de martelinhos com “foda” escrito a martelarem-me os sentidos.

O teu lugar não é em revistas nem em pedestais. O teu lugar nem sequer é numa cama. Tu és uma criatura da casa de banho pública, do chão de caruma e folhas atrás dos arbustos, do balcão da cozinha ou do banco de trás do carro ou de onde quer que eu te apanhe para te foder. Não porque eu queira foder-te nesses sítios todos. Mas porque não me deixas alternativa.

terça-feira, junho 19

Curiosidade natural

Nós ouvimos que a desseguradora segura a seguradora e achamos montes de giro. Um puto pergunta “quem é que segura a desseguradora?”. As pessoas acham que os putos fazem perguntas filosoficamente interessantes, mas o que os putos querem na verdade saber com isto é quem é que é o Chuck Norris das seguradoras. Para depois terem aquelas escaladas que acabam sempre em “o meu pai ganha biliões de ziliões de gaziliões de contos e por isso ganha muito mais que o teu”. Ainda me lembro quando descobrimos o que era o “infinito” na primária através do irmão dum puto que andava na preparatória. Foi um balde de água fria nas nossas conversas. O Valhala dos putos é um sítio em que eles sabem levantar indeterminações matemáticas.

No entanto tudo isto levanta uma perspectiva interessante – são os putos e o Chuck Norris que despertam a nossa vontade de compreender o mundo. “Curiosidade natural” o caralho.

sábado, abril 28

Erro e Liberdade

Errar de livre vontade é saborear a liberdade em relação às circunstâncias. Negar um compromisso inevitável – um exame, uma rotina, uma obrigação é transcender a pessoa que esse compromisso faz de nós. A nossa natureza prende-nos – exige que nos alimentemos, pede-nos que adquiramos status social, que façamos com que os outros nos dêem valor, insiste para que acasalemos, e para tudo isso suborna-nos com o maná da nossa conformidade – a felicidade.


Os psiquiatras dizem que uma depressão é um desiquilíbrio químico no cérebro – produz-se “composto químico da infelicidade” a mais ou “composto químico da felicidade” a menos. Receitam-nos comprimidos que persuadem o nosso cérebro a repor o equilíbrio.


Estamos presos à nossa natureza de seres humanos, a uma estrutura nas nossas cabeças que nos exige rituais estranhos e arcaicos em troca dum bem do qual depende a nossa subsistência.


Qualquer pessoa a quem seja perguntado o que quer da vida responderá “ser feliz”. Mas será que já pararam para pensar exactamente no que é “ser feliz”?
Ser feliz nada mais é do que satisfazermos as vontades desse animal que vive dentro de nós para que ele nos premeie com o néctar da felicidade.


O homem que salta do penhasco não se pode gabar da liberdade em relação às consequências do seu acto – a natureza tirana fará com que se esborrache no fundo. O homem que tome a liberdade de não comer ver-se-á privado da sua saúde e eventualmente da sua vida. O homem que não zele por uma vida confortável ver-se-á privado de oportunidades que induzam o seu cérebro a premiá-lo por lhe fazer a vontade – não será feliz. E não ser feliz e ser infeliz priva-nos de muito do que há dentro de nós. Priva-nos de força anímica. Porque afinal, nada mais resta que justifique a nossa vida individual do que a nossa felicidade. A felicidade é o único significado da vida. Nada realmente faz com que a vida “valha a pena” senão a felicidade. Como se a vida pouco mais fosse do que uma elaborada demanda por mais droga.


E desconstruindo a felicidade encontramos o nosso animalzinho particular, o hamsterzinho que vive nas nossas cabeças e guincha “esfrega-me as costas”, “deita-me ao sol”, “dá-me de comer”. Satisfazê-lo faz com que ele nos recompense com o cogumelo mágico da felicidade, privá-lo faz com que ele nos leve à miséria. Em tudo acabamos por ser condicionados não pelos nossos desejos, mas pelos desejos deste ser, a quem alguns chamarão “a criança dentro de nós”, e outros “aquele filho da puta”.


Daí (ou doutra coisa inteiramente diferente, ou não - não interessa) que errar seja libertar-me das minhas limitações. Segundo esta perspectiva, o suicídio é a negação suprema, é errar ao máximo. Dar cabo da nossa saúde é libertarmo-nos das limitações que o nosso corpo nos impõe. Chumbar nos exames é libertarmo-nos das exigências que a sociedade nos faz e com as quais o nosso hamsterzinho compactua (já que a sociedade também é feita das vontades dos hamsterzinhos das pessoas que nela vivem).


Mas no fundo, saborear a liberdade é apenas mais outra das exigências do nosso hamsterzinho. Chutamo-lo nos tomates para em seguida lhe fazer festinhas na cabeça. E ele retribui. Festinhas na cabeça não compensam chutos nos tomates.


Felizmente o nosso hamsterzinho não é imune a ilusões, e podemos iludi-lo de que lhe fazemos a vontade. Infelizmente o nosso hamsterzinho lê o nosso pensamento, e se não formos capazes de nos enganar a nós próprios (ou permitir a terceiros enganar-nos), o nosso hamsterzinho percebe a rasteira e castiga-nos. Daí que ignorância seja felicidade. Saber demasiadas coisas torna-nos mais difíceis de enganar, e ao nosso hamsterzinho por seguimento.


Queremos ser felizes? Claro que sim! Porquê? Porque ser infeliz é uma merda. É realmente tão simples quanto isto.


Liberdade com responsabilidade será realmente liberdade? Torna a nossa liberdade mais sustentável, mas a que preço? Abre-se mão e investe-se um bocadinho de liberdade presente na liberdade futura, como se fosse um banco de investimento? Não será o futuro fazer-se do presente outra limitação das circunstâncias da nossa existência? Ignorar o futuro é transcender essa limitação. É dizer “tomem filhos da puta! peguem no vosso futuro e metam-no no cu!”. Mas tal como o homem do penhasco também nós nos iremos esborrachar no nosso futuro, queiramo-lo ou não.


O que torna o nosso exercício de liberdade ainda mais puro. Sabemos que o futuro vem aí, mas escolhemos libertarmo-nos dele mesmo assim. O erro deliberado é o grito do ipiranga da nossa pessoa sobre a natureza. É o salto de fé da transcendência sobre a parte do nosso ser que é pó e nada mais - o corpo e as suas necessidades. É dizer “They may take away our lives, but they will never take our freeeeeeeeedoooooooooooom!”. É tudo isto ou “armar-se em parvo”, nas palavras da minha mãe e de muito boa gente.

Coincidência? I think not!



sexta-feira, janeiro 5

Ano novo, vida nova

Hoje são 5 de Janeiro.

Excertos duma conversa (séria) no msn:
"pq sou normalllll!"
"pessoas telepáticas não são normais"
"a telepatia n tem nada a ver com paranoia"

Parece que não se ia passar nada de muito diferente hoje, mas entretanto a casa ao lado da minha resolveu começar a arder. Vai casa!

Descobri uma maneira nova de coçar os tomates. Coçar os tomates é como cozinhar bacalhau - existem 1001 maneiras.

Acho que o ministério das obras públicas, transportes e comunicações devia forçar a carris a criar mais carreiras para o caralho. Há um monte muito grande de putas que anda a precisar de ir para o caralho, e as infrastruturas existentes não parecem estar a dar conta do recado.

Será que na idade média os caçadores raspavam ramagens no rabo para disfarçarem o cheiro e não espantarem a caça? Tipo camuflagem olfactiva. Porque naquela altura o pessoal cagava como as vacas e os bois - em andamento - e sem baixar fosse o que fosse que tivessem vestido.

terça-feira, novembro 28

O preço da incompetência

A incompetência é um problema que afecta muita coisa. Por vezes impede-nos de conseguir mais, perturbando a eficiência suposta. Outras vezes chega mesmo a custar-nos caro. Às vezes a vítima da incompetência é o autor da incompetência, e a única solução é dizer que quem é burro pede a deus que o mate. Por vezes a incompetência é produto de terceiros, e nesse caso por muito que se chame filho da puta de nada nos serve e muito pouco consola.

O preço da incompetência hoje saldou-se em 289.88€. Não é mais, nem é menos. Não fora a incompetência e seriam 463€ ganhos. Ou sendo realistas e assumindo uma eficiência apenas média, 55€ ganhos. O preço de lidar com a incompetência máxima é ficar metafóricamente com a rabo a doer como se a selecção da NBA fosse integralmente constituída por paneleiros e me tivessem apanhado num beco escuro.

Doeu.