terça-feira, outubro 17

Uma reflexão profunda acerca da humanidade em geral

Porque é a humanidade tão imbecil? A parte animal de nós não devia ser imbecil, porque os animais não são imbecis. São porventura um pouco burros mas nunca imbecis. Será que é o animal que reage com o humano e gera o imbecil?

A arte é uma forma de imbecilidade. Teremos dentro de nós uma vontade de expressar arte como meio de mostrar aos outros o imbecil que somos? A vontade de imprimir a nossa pessoa no universo que nos rodeia é uma pulsão animal - se ficarmos caladinhos a um canto não fodemos porque ninguém nos liga. Talvez a abordagem freudiana seja um bocadinho obcecada demais com a pila, mas a verdade é que é uma explicação muito convincente. Toda a gente quer foder, e sem dizer merda não se fode. A menos que nunca ninguém diga merda - mas aí em terra de cegos quem tem um olho é rei.

Não dizer merda é aborrecido, no fundo resume-se a isso. E quando estamos num grupo de gente que não aprecia a fina arte de dizer merda sentimo-nos um bocadinho coibidos de dizermos nós merda, e esgotam-se as opções para mostrarmos o belo imbecil que vai dentro de nós. Ao passo que ligarmo-nos com uma pessoa que partilha generosamente a merda com todos os que o rodeiam de certa maneira baixa os padrões e permite que também nós partilhemos a merda que nos vai na alma ou nas tripas cerebrais com os outros.

Dizer merda é marketing. O marketing é todo um chorrilho de merda e afinal de contas se não resultasse ninguém se punha a gastar guito com isso. É muito difícil convencer uma pessoa duma coisa que não é bem bem verdade sem ser invocando argumentos de merda que peguem porque são merda. Porque apelam ao imbecil dentro de nós. Claro, todos temos a mania que somos muito inteligentes e que essas coisas não pegam connosco. Mas estatísticamente falando têem que pegar. Se não pegam umas pegam outras.

Argumentos convincentes nunca convenceram ninguém a menos que esse alguém quisesse ser convencido. A história do mundo é feita de grandes líderes que só pensavam e diziam merda em geral aconselhados por gente aborrecida que até sabia mais ou menos do que é que estava a falar. Só que esses gajos espertos quando vão a dizer aquilo que deve ser feito dizem-no duma maneira aborrecida (i.e. sem dizer merda) e ninguém lhes liga. O pessoal quer é sal. Veja-se lá o Paulo Coelho. Chorrilhos de merda a torto e direito, mas é merda de qualidade. Ninguém quer saber das leis de Newton. Ninguém quer saber das taxas de juro dos bancos. Ao pessoal só lhes interessa se podem coçar o rabo num T5 ou se têem que o coçar numa roulote.

Temos a filosofia New Age, a IURD e a Igreja da Scientologia. Um gajo que escreve livros de ficção científica que são tão idiotas que eu chorava às escondidas se pensasse que tamanha grunhice tinha saído da minha cabeça. E faz a religião mais idiota do mundo baseada na merda que ele escreveu e mais uns cheirinhos condizentes e agora limpa o rabo às notas maiores de dólares que por aí houver.

Acho que os exemplos até são desnecessários. Convivemos com estas coisas todos os dias a toda a nossa volta.

A questão é mesmo porquê. Porque queremos foder? Então porque não fodemos os gajos com os bícepes grandes? Bom, vocês fodem-nos. Eu curto mesmo é gajas. E fodo as que têem as mamas grandes, não fico à espera que elas abram a boca para decidir. É um critério abençoadamente simples. Tem mais umas subtilezas, mas enfim - o cerne da questão acaba sempre por ir bater nas mamas.

De qualquer modo o assunto aqui não são as mamas. É o dizer merda. É talvez uma daquelas questões transcendentes que nunca serão esclarecidas. Com a de deus existe ou não ou porque são as mulheres todas umas putas. Há coisas que não foram feitas para se saberem.